quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Atenção!

NÃO ESQUEÇA QUE VOCÊ TEM QUE COMEÇAR AS ATIVIDADES DE LITERATURA PELA AULA 1, DEPOIS A 2, PARA SÓ ENTÃO FAZER A AULA 3.

Início da Literatura


Aula 3
Os primeiros indícios de Literatura surgiram com os poemas de Homero: a Ilíada e Odisséia (como já foi dito). A partir daqui as narrativas começaram a ser usuais ao longo dos tempos, sendo sempre um reflexo da sociedade.

No século XI surgem as canções de Gesta (narrativas anônimas que contavam aventuras de guerras) e desenvolve-se a prosa.


http://www.youtube.com/watch?v=BNXRfPi0zEI&feature=related
OBS: Este é o 1º de 7 vídeos que falam das cruzadas cristãs, se tiver curiosidade, assista aos outros vídeos para complementar seu aprendizado.

Um século depois aparecem as cantigas de escárnio e maldizer e o trovadorismo a descrever os amores platônicos (não revelado).

Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média, período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.

A Ribeirinha
(ou Cantiga de Guarvaía)

Paio Soares de Taveirós

No mundo non me sei parelha,
mentre me for' como me vay,
ca já moiro por vos - e ay!
mia senhor branca e vermelha,
queredes que vos retraya
quando vus eu vi en saya!
Mao dia me levantei,
que vus enton non vi fea!

E, mia senhor, des aquel di'ay!
me foi a mi muyn mal,
e vos, filha de don Paay
Moniz, e ben vus semelha
d'aver eu por vos guarvaya,
pois eu, mia senhor, d'alfaya
nunca de vos ouve nen ei
valia d'a correa.


Canção da Ribeirinha (traduzida) Representação da vassalagem amorosa

No mundo ninguém se assemelha a mim
enquanto a minha continuar como vai,
porque morro por vós, e ai!
minha senhora de pele alva e faces rosadas,
quereis que vos retrate
quando vos vi sem manto!
Maldito dia! me levantei
que não vos vi feia!

E, minha senhora, desde aquele dia, ai!
Tudo me foi muito mal,
e vós, filha de bom Pai
Moniz, e bem vos parece
de ter eu por vós guarvaia,
pois eu, minha senhora, como mimo
de vós nunca recebi
algo, mesmo sem valor.

A cada noite o tormento se renova,
é a lembrança em mim alojada,
minha senhora, acredite nisto que vos falo,
e ai! que por isso inda morro,
deixo este mundo de sofrimentos,
são tantos meus pejos:
sonhando sonhos sonhados desperto,
sou escravo de sossego liberto.




Trovadores

Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em:

Satíricas:
Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.
http://www.youtube.com/watch?v=wKLkgHf76U0&feature=related

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos:
http://www.youtube.com/watch?v=Bd-v9KGDAns&feature=related

Líricas :
Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido):
http://www.youtube.com/watch?v=bBq5VK7IVt8&feature=related

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.
http://www.youtube.com/watch?v=cRdec9FYbBI&feature=related

Atividade relacionada à aula 3:
Agora que você já conhece melhor este período literário, colete imagens que representem as cantigas de amor, amigo, escárnio e maldizer e relacione-as com algumas músicas contemporâneas (atuais), construindo um pequeno mural literário (em uma cartolina).

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